O Ciclo do Segundo Semestre do Plano de Expansão da Transmissão e do Plano de Expansão de Longo Prazo prevê investimentos de R$ 99,4 bilhões no segmento nos próximos anos. O documento, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética, contempla todas as obras de expansão do SIN recomendadas em estudos de planejamento concluídos até novembro de 2022 e que ainda não foram autorizadas ou licitadas. Os lotes licitados no leilão de LTs de dezembro desse ano estão fora do escopo. As obras com data de tendência até 2028 são do PET e as demais foram caracterizadas como do PELP.
De acordo , as premissas que abrangem o PET/Pelp são diferentes das do Plano Decenal de Expansão de Energia, o que faz com que a comparação dos dados dos planos deva ser abordada com cautela. O PDE abrange o que já foi autorizado e licitado enquanto o PET/Pelp compreende obras em Demais Instalações de Transmissão e as que ultrapassam o horizonte de dez anos do PDE.
Desse total, R$ 65,7 bilhões (66%) são para linhas de transmissão, enquanto R$ 33,7 bilhões (34%) são relacionados a subestações. Os investimentos advindos de licitação chega a R$ 88,6 bilhões ou 89% e R$ 10,8 bilhões ou 11% são associados a instalações de caráter autorizativo. Os empreendimentos planejados para escoamento da geração ou ampliação de interligações representam R$ 73 bilhões do total e R$ 26,4 bilhões são relativos ao que foi planejado com foco no atendimento aos mercados regionais.
Por região, o Sudeste/ Centro-Oeste vai receber R$ 41,2 bilhões. Em seguida vem o Nordeste com R$ 28,4 bilhões. O Sul terá investimentos de R$ 16 bilhões e a região Norte será contemplada com o montante de R$ 13,8 bilhões. O Bipolo ±800 kV Graça Aranha (MA) – Silvânia (GO) é um dos destaques do documento, uma vez que a obra concentrará boa parte do capital e trará benefícios para o Nordeste.
Em relação aos R$ 65,7 bilhões em LTs, 99% são associados a empreendimentos de caráter licitatório e 29% desse valor devem entrar em operação ainda no horizonte do PET, ou seja, até 2028. A expansão esperada é de cerca de 24,2 mil quilômetros em novas LTs em todo o horizonte do PET/PELP. Dos R$ 33,7 bilhões para as subestações, R$ 23,5 bilhões ou 70% virão de leilões e R$ 1,4 bilhão dessas obras – 6% de 70% – deve entrar em operação no prazo do PET. A expansão aproximada em novas SEs no horizonte do PET/PELP deverá chegar a 74 mil MVA
A expectativa é que R$ 62,7 bilhões ou 71% desses investimentos estejam em jogo nos próximos leilões de LTs de 2023, o que segundo a EPE ainda depende da elaboração dos relatórios complementares, da prioridade dos empreendimentos e das próximos avaliações da rede de transmissão. Já R$ 25,9 bilhões devem ser licitados a partir de 2024. A EPE ressalta que a conclusão de estudos em andamento pode fazer com que o valor aumente de modo significativo.